domingo, 21 de outubro de 2007

Relativismo

Ontem tive a sorte de poder ouvir o discurso do Padre Ricardo no Encontro Geral de Animadores.

Ele disse muita coisa acertada, e uma delas foi que hoje em dia as pessoas vivem a sua vida toda muito relativamente. A liberdade permitiu cada um ter a sua opinião, e deixou de existir alguma verdade absoluta. Ninguém pode dizer que algo é uma verdade absoluta sem ser chamado fascista.

Até Deus deixou de ser Verdade, passando a ser a opinião de alguém.

Se deixamos de ter verdades absolutas na nossa vida, os nossos limites e as nossas convicções passam a nada. Se não aceitamos nada como verdadeiro para todos, então a nossa vida torna-se instável, mole, e no fim perdemos os nossos valores.

Ainda não tinha percebido muito bem o quão grave era esta questão do relativismo, mas agora apercebi-me. Eu própria entrei nele e perdi qualquer coisa na minha vida, até acordar e ver que o que realmente interessa não era o que eu pensava.

Who's there?

Esta semana fui ver a peça de teatro do Hamlet.

Esta peça levanta várias questões, mas a que mais me tocou foi a questão da face. A certa altura Hamlet diz que beleza e honestidade não pode existir num só corpo. Isto porque quem é belo exteriormente não precisa de ser belo interiormente. Ele acha que nós moldamos a nossa própria beleza/honestidade, que acaba por ser a nossa face. Coisa esquisita.

A questão da face é algo meio estranho: como será que as pessoas me vêm quando olham para mim? Certamente muito diferentemente de como eu me apercebo que sou. E será que eu sou o que acabo por ser por querer que as pessoas me vejam dessa maneira, ou será que sou mesmo assim? Há coisas que fazemos com consciência, mas no meu ver a maioria das coisas acabam por ser inconscientes. Devemos sequer preocupar-nos com o que as pessoas pensam de nós?

Comecei a ler um livro há uns tempos que se chamava "Um, ninguém, cem mil". Nesse livro o personagem principal apercebe-se de um defeito que tem que nunca tinha reparado antes: o nariz ligeiramente torto. Todo o livro relata a crescente paranóia em relação a esse pequeno defeito que ele nunca tinha reparado até alguém lho apontar, e as respectivas mudanças e consequências na sua vida.

No final, isto tudo resume-se à frase do próprio Hamlet, "Ser ou não ser, eis a questão."

domingo, 14 de outubro de 2007

Um dia perfeito

Nos filmes, nos livros, na televisão, temos sempre a ideia que o dia perfeito é aquele dia especial em que se comemora algo, como Natal, ou aniversário. Ou aquele dia em que tudo corre particularmente bem, temos êxito ou sucesso.

Há uns tempos atrás, quando na estrutura da minha oração diária no final do dia eu costumava agradecer cada parte do meu dia, reparei que cada dia é um dia perfeito, e que na maioria das vezes quando me deitava tão cansada à noite, se não fosse pela oração, nem me lembrava que o meu dia tinha sido bom, nem de certas partes do dia que tinha particularmente gostado, e que caíam no esquecimento facilmente.

Entretanto esqueci-me disso, e hoje voltei a lembrar-me. Cheguei a casa e estava particularmente contente, sentia-me bem comigo mesma. Voltei a relembrar o dia, e pensei que realmente tinha sido perfeito na sua simplicidade e rotina habitual, com as pessoas que gosto muito, e até outras que não conheço bem, mas que também me fazem sentir bem.

A ver se me lembro disto mais vezes :)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Amor ou consequência


Acabei de chegar a casa de ver este filme...

O filme parte da ideia fantástica que a vida é um jogo, e que vale tudo. Dois amigos de infância levam ao extremo um jogo que brincam desde crianças. Mas entretanto cresceram e a vida torna-se um pouco diferente. Serão eles capazes de conseguir acordar para a realidade?

A ideia está muito boa, mas ainda não consegui digerir o filme, de forma a encontrar um sentido. Afinal talvez seja simplesmente mais um filme sobre o carpe diem.

Deixo aqui a banda sonora:

La vie em rose

Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voila le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens

Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.

Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ca me fait quelque chose.

Il est entre dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi.
Moi pour lui
Dans la vie,
Il me l'a dit, l'a jure pour la vie.

Et des que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Desafio dos livros

Respondendo ao desafio da Sarinha, aqui fica a minha resposta!
Ganhei o prémio? :)


1)Pegar no primeiro livro que estiver por perto ao nosso alcance;
2) Abrir na página 161;
3) Procurar a 5ª frase completa;
4) Transcrevê-la para o blog;
5) Passar o desafio a cinco pessoas.

Título: Quando Nietzche Chorou
Autor: Irvin D. Yalom
Frase: "Ainda não pensei detalhadamente nisso, mas a estratégia é clara."

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Monty Python

Ontem fui ver os melhores sketches dos Monty Python ao Casino de Lisboa.

Como uma não-conhecedora do trabalho deles, posso dizer que gostei muito :) E a companhia também foi óptima.
É uma boa maneira de passar o serão, com vários pequenos sketches muito à gato fedorento...

Aconselha-se!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Amor ou liberdade?

Isto hoje vai aqui uma grande misturada de conceitos na minha tête...

Na aula de História dei a separação dos poderes, a separação entre a esfera pública e privada, enfim, essas separações todas...

Isto fez-me pensar um pouco em quê que isto se reflecte hoje em dia na nossa vida pessoal, enfim, nada a ver, mas estive a pensar na dualidade trabalho/oportunidades versus pessoas, nomeadamente AQUELA pessoa especial...

Na Anatomia de Grey, no episódio de hoje, a Doutora Bailey vira-se para o Doctor Shephard e diz-lhe que o trabalho, a excelência, o sucesso, nada valem se não tivermos alguém com quem o partilhar. Encoraja-o assim a escolher ficar com a Meredith, em vez de se separar dela para não ficar prejudicado na corrida para Chefe de Residência. (isto para os fãs desta série é o 1+1=2)

Lembrei-me então de um meu amigo que deixou para trás o triplo do salário no estrangeiro para poder ficar junto da namorada.

Lembrei-me também de um livro que li há uns tempos, que dizia precisamente o contrário. Pelo menos parece-me que é contrário. O livro dizia que hoje em dia as pessoas ficam de tal modo dependentes umas das outras que deixam de viver a sua própria vida, e que isso as torna infelizes. Isto é, uma pessoa só se torna verdadeiramente realizada não estando dependente da outra, mas ESCOLHENDO estar com essa pessoa. E uma pessoa só pode escolher estar com uma pessoa quando não depende dela, ou seja, não precisa dela para viver, mas é livre e escolheu este caminho.

Entretanto, e também hoje, estava a ouvir a web-rádio cristã lá do Tallahassee, e no meio do gospel eles lá contaram a seguinte história: a Anne era esposa do Andrew e um dia ele decidiu sair de casa e separar-se dela. Ela tinha deixado a sua vida toda dependente dele, todo o sentido da vida dela, toda a razão de viver dela tinha-se baseado nele. De repente, ela encontrou-se sozinha e sem motivos para viver. No entanto, foi a um grupo de estudos bíblicos que a apoiou muito, e onde ela descobriu que Deus não quer que baseemos a nossa vida noutra criação de Deus, mas sim n'Ele mesmo. Quando, após algum tempo, ela conseguiu transformar a sua vida e assentá-la nos devidos pilares, o Andrew voltou.

Enfim, após esta misturada toda, eu pergunto-me a mim mesma se se deve escolher entre o amor e a liberdade, ou se o amor por si só libertará, ou se se deve escolher o nosso caminho e viver paralelamente com outra pessoa, ou se quê...?

Preguiça

Quanto mais tempo livre tenho, menos coisas faço...

[Ainda por cima com os novos canais da Fox (sem querer estar a fazer publicidade, mas já fazendo...) uma pessoa fica completamente viciada...]

Será que existe remédio para uma das piores epidemias que anda por aí: a preguiça?

[Existe: chama-se chumbar, ouvir nas orelhas, ou simplesmente ser despedido... A pergunta era mesmo retórica ;) esta resposta eu sei!]